Sinsa e Cesa premiam esforço do escritório em transformar ambiente de trabalho plural para reter os melhores talentos do mercado

A rotina no dia de integração no escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga vai além de mostrar aos novos colaboradores a estrutura física da sociedade ou o leque de serviços jurídicos oferecidos aos clientes. Há cinco anos, é apresentado aos recém-chegados o Programa de Diversidade e Inclusão (D&I), além de um convite para a participação voluntária no projeto. 

Criado com o objetivo principal de promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, diverso e acolhedor, o D&I foi o vendedor do Prêmio Lumen 2019 na categoria "Boas Práticas de Gestão”. Parte integrante do planejamento estratégico do escritório, o programa é composto atualmente por cinco comitês voltados à discussão e realização de ações envolvendo igualdade de gênero, direitos LGBT, equidade racial, PcDs (pessoas com deficiências) e liberdade religiosa.

 O nível de engajamento ao programa é alto, com crescimento de 50% no ano passado nos quatro primeiros grupos de afinidades (excluindo o de liberdade religiosa) e participação direta de sócios do escritório. Atualmente, são cerca de 24 sócios envolvidos, incluindo o sócio-diretor e um dos fundadores do escritório, além de uma equipe dedicada exclusivamente para a gestão do projeto. 

"Há uma pressão, sobretudo internacional, para que as organizações se preocupem com a sustentabilidade do negócio e a promoção de um ambiente melhor para se trabalhar, o que passa necessariamente pelas questões da diversidade e inclusão”, analisa Flávia Regina de Souza Oliveira, sócia da área de Organizações da Sociedade Civil, Negócios Sociais e Direitos Humanos do escritório. 

O início

A área de Responsabilidade Social sempre recebeu uma atenção especial do escritório, lembra Flávia. O Programa Pro Bono, por exemplo, existe há 20 anos, e está integrado ao D&I. E uma das demonstrações dessa preocupação com a inclusão social foi a estratégia de contratar um profissional de fora somente para organizar e coordenar as ações e iniciativas do programa. Hoje, a equipe conta com cinco profissionais.

No âmbito do programa voltado à diversidade e inclusão, as questões de gênero foram as primeiras a serem discutidas internamente por um comitê formado por mulheres. Em seguida, surgiu a ideia de expandir as discussões para assuntos relacionados ao público LGBT. "Montamos, então, um grupo de afinidades e a repercussão foi um sucesso. Internamente, as pessoas que eram homossexuais passaram a se sentir mais livres para falar sobre a sua orientação sexual e isso nos fez perceber o impacto positivo de um ambiente acolhedor”, lembra Flávia.

Atualmente, o comitê LGBT é um dos mais atuantes e conta com a participação de 230 profissionais, entre sócios, associados, estagiários e colaboradores da área administrativa.

O formato atual

A partir da atuação desses dois grupos de afinidades iniciais, a organização passou a perceber que podia ter um programa mais abrangente de diversidade, alcançando outras temáticas não menos importantes e que contribuíssem para a busca e retenção dos melhores profissionais do mercado, independentemente do gênero, da raça e orientação sexual e religiosidade.

"Foram criados, então, mais três comitês para discutir questões raciais, de liberdade religiosa e de acessibilidade de PcDs (pessoas com deficiência), compondo o atual formato do programa, que tende a crescer conforme o surgimento de novas demandas sociais”, informa a advogada.

Os bons resultados obtidos com a iniciativa ultrapassam as portas do escritório e já influenciam clientes, fornecedores e outras empresas. Até o setembro do ano passado, o escritório havia sido procurado por 25 empresas para ações de benchmark sobre o programa, entre as quais Banco Itaú, BMS, Cargill, Grupo Pão de Açúcar, JP Morgan, McKinsey e Pearson.

As reuniões e estratégia de ação

Bem estruturados, todos os comitês ou grupos de afinidade têm reuniões agendadas durante o ano inteiro. Sócios, associados, estagiários e pessoas da área administrativa que se voluntariaram a participar, assumem o compromisso de comparecer aos encontros e participar dos eventos e ações programadas.

Com a forte adesão da liderança e participação dos comitês dos grupos de afinidade de cada pilar, as equipes de Responsabilidade Social Corporativa, Comunicação e Marketing e Recursos Humanos realizam as ações do programa ao longo do ano.

O fato de o programa possuir orçamento exclusivo é outro ponto a ser destacado. Os recursos são direcionados, por exemplo, para a contratação de consultorias, realização de ações e eventos internos e externos. No início de cada ano, são determinadas metas a serem cumpridas para cada área de atuação.

Retenção de talentos

É no processo de seleção que os gestores do programa mensuram os bons resultados na atração e retenção de talentos. É comum os candidatos que posteriormente foram contratados pelo escritório, ao responderem questionários usados nas etapas de seleção, apontarem o programa como uma das principais razões para a decisão de trabalhar no escritório.

"Terminamos recentemente um processo de seleção de jovens talentos e tivemos respostas reais de candidatos, que declararam a opção por trabalhar no escritório por causa da iniciativa. Então, a promoção da inclusão e diversidade é um motivo de atração, sobretudo de profissionais mais jovens”, afirma a advogada.

Desafios

Na opinião de Flávia, que acompanhou de perto a implantação do programa, o principal desafio no desenvolvimento do projeto é mudar comportamentos enraizados. "Determinadas piadas e brincadeiras no escritório, por exemplo, não são mais permitidas”, diz.

Outro desafio constante é conscientizar as pessoas de que vale a pena investir na inclusão e diversidade em busca de um ambiente melhor e acolhedor. "Uma sociedade de advogados é formada por pessoas. Na outra ponta, trabalhamos também com pessoas, os clientes. É preciso mostrar a capacidade de sermos diversos e amplos, em um modelo de negócios mais sustentável. Isso se reverterá em melhores resultados, sejam econômicos ou de transformação social”, concluiu.

Sobre a premiação

O Prêmio Lumen é uma iniciativa do Sinsa e do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados) com o objetivo de motivar e disseminar o bem social a partir do reconhecimento de iniciativas de comprovada eficácia realizadas por sociedades de advogados e que possam ser replicadas por outras organizações.

As inscrições para a premiação são abertas anualmente, sempre no início do segundo semestre. Se sua sociedade estiver envolvida com algum projeto que se enquadre nas categorias: "Boas práticas de gestão” e "Iniciativas de responsabilidade social e Pro Bono”, confira mais informações no site www.premiolumen.com.br e acompanhe os sites do Sinsa e do Cesa para manter-se informado sobre a edição de Prêmio Lumen 2020.

*Na imagem, Flávia Regina de Souza Oliveira, sócia da área de Organizações da Sociedade Civil, Negócios Sociais e Direitos Humanos do escritório.

Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

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