Cerca de 70% dos sócios do escritório estagiaram na organização, ganhadora do 2º lugar do Prêmio Lumen na categoria “Boas Práticas de Gestão”

Em 2016, quando completava 60 anos de existência, o escritório Silveiro Advogados inovou com a inauguração da Escola de Advocacia que leva o nome do fundador da banca, João Carlos Silveiro. Com a nova instituição voltada ao aprendizado de estudantes de Direito, o programa de estágio da organização ganhou novos contornos, visando principalmente acompanhar o crescimento do escritório e absorver os melhores profissionais.

Recentemente, o programa inovador ganhou também o 2º lugar do Prêmio Lumen na categoria "Boas Práticas de Gestão”. "Nosso objetivo é formar profissionais, independentemente de permanecerem ou não no escritório. É importante para nós que os jovens que passaram pelo programa de estágio levem consigo a marca e a cultura da organização e as propaguem na comunidade jurídica”, explica Rodrigo Mutti, sócio e diretor geral da sociedade de advogados.

Retenção

Atualmente, os escritórios de São Paulo e Porto Alegre possuem 40 estagiários no total. No último ano, já foram contratados cerca de 12 jovens que frequentaram os bancos da Escola de Advocacia João Carlos Silveiro. As oportunidades para o ingresso no quadro de advogados do escritório surgem a cada seis meses. Na virada do ano de 2019, já foram absorvidos 8 profissionais.

Mesmo antes da reformulação do programa, o escritório já tinha como tradição contratar profissionais que fizeram estágio na organização em vez de procurar advogados de fora. De acordo com Rodrigo, dos 65 advogados que compõem a banca atualmente, 70% iniciaram na organização como estudantes.

Tapete Vermelho

Segundo o advogado, são variados os motivos que explicam a preferência dos profissionais em permanecerem na organização pós estágio. A autonomia proporcionada aos jovens decorrente de uma estrutura pouco hierarquizada é um dos fatores. "A rotina de trabalho de um estagiário é muito semelhante à de um advogado”, explica.

E esse tempo maior dedicado às funções jurídicas acontece por conta da instalação do Núcleo de Secretaria Jurídica no escritório, que oferece suporte administrativo, evitando, por exemplo, que os estagiários percam tempo atrás de cópias de documentos e processos, concentrando o aprendizado e rotina nas atividades jurídicas, somente.

A preocupação constante com o bem-estar dos estagiários também chama a atenção para o projeto. A carga horária dos estudantes que trabalham em São Paulo, por exemplo, é de cinco horas (reduzida em 60 minutos) em função do tempo maior de descolamento do estudante até o escritório, na comparação com a rotina de Porto Alegre.

Sistema padronizado de treinamento

Outra particularidade do programa é a padronização dos sistemas de treinamento e avaliação dos estudantes, sempre com a participação ativa do staff do escritório. Com a estratégia de uniformizar o ensino, a qualidade do orientador passou a ter um peso menor no aprendizado e desempenho dos estagiários.

"É comum no meio jurídico a tese de que os bons estagiários alcançaram esse nível porque tiveram bons e qualificados orientadores. Com a padronização, o estagiário deixa de depender da qualidade e da boa vontade do advogado orientador”, explica.

Ouvidoria externa

Com atenção voltada a resolver conflitos e problemas que envolvam o quadro de estagiários, a Escola de Advocacia possui um sistema de ouvidoria atuante, com vários canais de comunicação com o escritório para receber reclamações e denúncias de forma anônima.

A avaliação formal, por exemplo, é realizada a cada seis meses, com três reuniões. Na primeira, participam o representante da escola e o advogado orientador. Depois, há um encontro entre o coordenador da escola, o advogado orientador e o estagiário e, por último, uma reunião entre o estagiário e o representante da escola.

"É neste terceiro momento vital e de cumplicidade com os estagiários que surgem as conversas mais difíceis, em que estudantes eventualmente expõem problemas enfrentados com o estágio. O escritório dá total abertura para isso de forma sigilosa e transparente”, ressalta Rodrigo. Invariavelmente, nessas reuniões, há pedidos de trocas de orientador ou equipes, que são prontamente atendidas.

 Adaptação da escola a um novo modelo de negócios

A estratégia do escritório de reformular o modelo de atuação, atualmente concentrada nos setores de contencioso e propriedade intelectual, tem exigido ações que fortaleçam a integração e colaboração entre as áreas. Assim, a Escola de Advocacia passará por adaptações em seu modelo.

Dentre as novidades está o aumento do rodízio dos estagiários. "É comum o estagiário iniciar numa área, como o contencioso, e permanecer até o final do estágio. A ideia é que ele circule pelas demais áreas, ampliando o aprendizado”, informou.

Já consolidada no Rio Grande do Sul, a organização Silveiro Advogados também pretende aumentar a penetração no mercado de São Paulo e a visibilidade da banca nas universidades paulistas. Atualmente, o escritório em Porto Alegre possui 30 estagiários. Em São Paulo, são cerca de 15 estudantes.

Captação de estudantes

O programa de estágio capta os estudantes do curso de Direito de três formas. A mais comum é a que envolve a indicação feita pelos próprios estagiários. "Como os estagiários gostam muito do programa, tendem a repercutir na universidade. Então, é recorrente recebermos currículos de pessoas que foram indicados por alguém que já tenha estagiado conosco”, afirma.

As vagas de estágio também são anunciadas nas redes sociais e por meio de um sistema de divulgação em grupos de e-mails de faculdades.

Orçamento

Com orçamento próprio e método de ensino padronizado, o programa de estágio da Escola de Advocacia do Silveiro Advogados conta com a participação direta de equipe administrativa e pelo menos dois advogados sócios à frente da coordenação do projeto. De forma institucional, participam da coordenação do projeto quatro sócios.

"Não há como implementar um programa de estágio nesses moldes sem investimentos. O custo maior envolve a remuneração de advogados graduados para que dediquem tempo ao projeto. No final, os resultados alcançados são sempre muito gratificantes”, conclui Rodrigo.

Sobre a premiação

O Prêmio Lumen é uma iniciativa do Sinsa e do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados) com o objetivo de motivar e disseminar o bem social a partir do reconhecimento de iniciativas de comprovada eficácia realizadas por sociedades de advogados e que possam ser replicadas por outras organizações.

As inscrições para a premiação são abertas anualmente, sempre no início do segundo semestre. Se sua sociedade estiver envolvida com algum projeto que se enquadre nas categorias: "Boas práticas de gestão” e "Iniciativas de responsabilidade social e Pro Bono”, confira mais informações no site www.premiolumen.com.br e acompanhe os sites do Sinsa e do Cesa para manter-se informado sobre a edição de Prêmio Lumen 2020.

*Na Imagem, ao meio, Rodrigo Mutti, sócio e diretor geral do Silveiro Advogados, recebe o Prêmio Lumen 2019

 Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

 

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