Promovido pelo Migalhas em 27/03 com o apoio do Sinsa e Cesa, o evento contou com a participação de CEOs de importantes escritórios de advocacia

Atento aos impactos provocados pela pandemia do Covid-19 nas relações trabalhistas, o Sinsa inicia diálogo com sindicatos que representam trabalhadores e estuda adaptações nas convenções coletivas, com a discussão interna de temas como teletrabalho, banco de horas e antecipação de férias. Em outra frente, o sindicato patronal se coloca à disposição das associadas para auxiliá-las em eventuais acordos coletivos.

"Apresentem seus problemas, enviem sugestões de cláusulas e aproveitem o Sinsa como canal de interlocução com os sindicatos dos empregados”, disse Gisela da Silva Freire, presidente do Sindicato, durante a Webinar "As Sociedades de Advogados e os Desafios diante da Covid-19”, realizada em 27 de março, pelo Migalhas, da qual participou como mediadora, ao lado de Carlos José Santos da Silva, presidente do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados).

O evento foi assistido por mais de 10 mil pessoas e contou com a participação de CEOs de importantes escritórios de advocacia, que relataram as principais medidas tomadas pelas organizações para se adequarem à realidade imposta pela crise sanitária e econômica decorrente da pandemia do coronavírus.

Trabalho remoto e quebra de paradigmas

O uso em massa do home office para todos os sócios e colaboradores, sistema até então utilizado pelos grandes escritórios em escala menor e situações pontuais, foi a primeira alternativa pensada e colocada em prática pelas organizações. Segundo relatos dos participantes, a experiência trouxe resultados surpreendentes e desafiadores, como o de manter a equipe unida nesse novo formato.

Preservação de empregos

Em tom otimista, os dirigentes afirmaram que não estavam preparados para a crise, mas descartaram demitir funcionários como estratégia de enfrentamento. A preocupação inicial das principais bancas esteve centrada na preservação da saúde e do emprego de colaboradores e continuidade no atendimento aos clientes.

"Precisamos da colaboração, desprendimento e altruísmo e a conta, se chegar, deverá ser paga primeiramente pelos sócios. As atitudes tomadas hoje vão definir como a sociedade verá o escritório no futuro”, afirmou Alexandre Bertoldi, do Pinheiro Neto Advogados, destacando a importância do papel social da categoria.

Renegociação com fornecedores

Dentre as estratégias citadas para enfrentar o problema no primeiro momento estão a renegociação com fornecedores e readequação de planos de investimentos. "Estamos num processo natural de renegociação com fornecedores e com uma preocupação social voltada a evitar que eles escolham a demissão de seus funcionários como caminho”, pontuou Amir Bocayuva, do BMA Advogados.

Novas demandas

Outro ponto importante destacado pelos dirigentes diz respeito ao surgimento de novas demandas judiciais, sobretudo nas áreas trabalhista, tributária e civil, decorrentes de quebras ou reavaliação de contratos com clientes e postergação de pagamentos de tributos, entre outros.

"Já temos observado aumento da demanda de temas trabalhistas e tributários e no contencioso, referente a negociações. Há coisas novas no horizonte também, como o interesse de alguns clientes que estão com as atividades paralisadas iniciarem outros negócios”, informou Fernando Serec, do Tozzini Freire Advogados.

A mediação

Sobre o aumento de litígios envolvendo quebra ou revisão de contratos, Amir Bocayuva chamou a atenção para a importância do papel dos advogados como apaziguadores em momentos de crise como o atual.

Na visão do advogado, trata-se de fato de força maior, inesperado, que em princípio pode ser usado tanto pelos clientes como pela outra parte da relação contratual para postergar o cumprimento de obrigações ou revisão de cláusulas contratuais, gerando conflitos.

"Precisamos incentivar o uso da mediação entre nossos clientes e evitar que esses litígios deságuem no Judiciário”, afirmou.

Participantes

Também participaram do evento Anastacio Marinho, do Rocha, Marinho e Sales Advogados; Fernanda Martorelli, do Martorelli Advogados; Joaquim José Aceturi de Oliveira, do Cescon Barrieu Advogados; José Eduardo Carneiro Queiroz, do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; Paulo Coelho da Rocha, do Demarest Advogados e Tito Amaral de Andrade, do Machado Meyer Advogados.

A íntegra da Webinar está disponível aqui.

 Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

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