Para Alexandre Zavaglia Coelho, diretor-executivo do IDP-SP, robôs não substituirão advogados, mas serão fundamentais para o trabalho dos escritórios

"Trago boas notícias! O tal do advogado robô, que substituiria o trabalho de todos nós, não existe e nunca vai existir”. Com essas palavras, Alexandre Zavaglia Coelho, diretor-executivo do IDP-SP (Instituto de Direito Público de São Paulo), descreve e relativiza o papel da Inteligência Artificial no desenvolvimento das sociedades de advogados e seu apoio ao exercício da advocacia*.

Para o especialista, o avanço dessa tecnologia chega para contribuir, cada vez mais, para o melhor e mais eficiente trabalho dos advogados e escritórios, mas não para substituí-los!

"Os robôs funcionam a partir de combinações programadas e análise de padrões, respondendo perguntas e levantando informações. Mas a rotina do advogado exige improvisação e saber fazer as perguntas certas. Essas são habilidades que a inteligência artificial não conseguirá nunca substituir”, explicou.

Inteligência artificial como aliada das sociedades de advogados

No entanto, destaca Coelho, isso não significa que os robôs não podem ser utilizados pelos escritórios de advocacia. "O mundo está cada vez mais data driven (orientado por dados, na tradução do inglês). Essa é uma revolução que já dominou outros setores e profissões e que pode e deve ser usada na advocacia na busca por melhores resultados e ‘eficientização’ do nosso trabalho”.

Como exemplos, ele cita a rapidez com que a tecnologia consegue pesquisar dados produzidos por tribunais e a possibilidade de programar softwares para analisar e tirar conclusões do comportamento decisório de juízes e varas.

Adaptação exige mudança cultural

De acordo com Coelho, a adaptação para o uso da inteligência artificial da melhor maneira possível pelas sociedades de advogados exige uma mudança cultural, em que as decisões – internas e externas – passem por avaliações tomadas a partir de análise de dados.

"A computação cognitiva está revolucionando o mundo, mas a iniciativa de seu uso precisa partir dos humanos. Somos nós que definimos o limite da tecnologia, programando um robô e definindo sua atuação, por exemplo”, finaliza.

* Alexandre Zavaglia Coelho, diretor-executivo do IDP-SP, fez parte de painel realizado recentemente sobre Sociedades de Advogados na XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, na capital.

Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

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