Evento contou com a participação de Luis Otávio Camargo Pinto, presidente da Sobratt e diretor do Sinsa, e Marcos Dias de Castro, Juiz do TRT – 1ª Região,

As sociedades de advogados estão entre os dez setores que mais utilizam o sistema de teletrabalho. De acordo com a Pesquisa Home Office Brasil, elaborada pela SAP Consultoria de Recursos Humanos, com o apoio técnico da Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades), em sua 4ª edição, 32% dos escritórios de advocacia adotam a modalidade de forma estruturada, com base em uma política estabelecida.

 Esse é um dos resultados do levantamento que recebeu o patrocínio do Sinsa e Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados), divulgados na reunião do Sindicato, em 17/12, por Luis Otávio Camargo Pinto, presidente da Sobratt e diretor do Sinsa, acompanhado por quase 100 participantes, via Zoom ou canal do Sinsa no YouTube.

 O evento foi coordenado por Luiz Guilherme Migliora, diretor vice-presidente do Sinsa do Rio Janeiro, e Flavia Filhorini Lepique, diretora do Sindicato, e contou com a participação de Marcos Dias de Castro, Juiz do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 1ª Região, que abordou os impactos do uso massivo dessa modalidade de trabalho no Poder Judiciário, decorrente da pandemia do coronavírus. 

Os resultados globais

Realizada com mais de 550 empresas de diferentes segmentos e portes, envolvendo quase 1,5 milhão de trabalhadores, a pesquisa apontou, considerando todos os segmentos, que 46% das companhias adotam o teletrabalho de forma estruturada.

"Há dois anos, a pesquisa já revelava um crescimento importante do teletrabalho. O número de teletrabalhadores, por exemplo, saltou de 5 milhões, antes da pandemia, para 8 milhões, recentemente”, informou Luis Otávio.

De acordo com o levantamento apresentado no evento, 72% das empresas que adotavam o teletrabalho somente em situação emergencial afirmaram que manterão o sistema para seus colaboradores após a pandemia.

"As empresas descobriram a importância do teletrabalho na pandemia e seus impactos positivos. Mesmo que tenhamos vacina para a Covid-19, as companhias devem manter o uso do modelo, ainda que de forma híbrida”, previu Luis Otávio. Na sua opinião, no futuro, entre 2 ou 4 vezes por semana, deverá haver um trabalhador em sistema de teletrabalho.

Monitoramento

A pesquisa também mostrou que 32% das empresas exigem um feedback informal dos gestores das áreas envolvidas nessa modalidade de trabalho. Pelo levantamento, 20% das companhias não monitoram o trabalho realizado fora de suas fronteiras.

Os indicadores relacionados ao monitoramento, na opinião do presidente da Sobratt, são interessantes, pois mostram que a confiança é um elemento importante nas novas relações estabelecidas.

"A pesquisa traz resultados interessantes aos gestores, mas também revela pontos de atenção que precisam ser revistos para o melhor desenvolvimento do sistema”, apontou.

Dados preocupantes

Na opinião de Marcos Dias de Castro, Juiz do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 1ª Região, preocupam, por exemplo, os resultados relacionados às questões de saúde e segurança dos trabalhadores.

Isso, porque o levantamento mostrou que apenas 34% dos entrevistados afirmaram que oferecem orientações sobre ergonomia e mobiliário adequado para as tarefas a serem desempenhadas pelos trabalhadores em sistema de home office.

Despesas do home office

Outro indicador que merece atenção especial diz respeito às despesas decorrentes da mudança de ambiente de trabalho, como a compra de equipamentos e criação de nova estrutura. De acordo com a Pesquisa Home Office 2020, 82% das empresas não concederam auxílio financeiro para as despesas de home office do teletrabalhador.

Na visão do magistrado, haverá uma explosão de ações judiciais pleiteando o ressarcimento das despesas decorrentes do sistema de home office. De acordo com ele, o controle da jornada de trabalho é outro tema que já chegou ao Judiciário e deverá ser intensificado com o maior uso do sistema.

"Trata-se de um tema novo que precisa de um marco regulatório para que as questões polêmicas fiquem mais claras, evitando novos conflitos judiciais”, concluiu.

A íntegra das apresentações está disponível no canal do Sinsa no Youtube, aqui.

A pesquisa

Os resultados da 4ª edição da Pesquisa Home Office 2020 estão disponíveis para download, mediante cadastro aqui.

 

Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

 

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