A pandemia gerou doenças profissionais significativas no ambiente de trabalho, que passou a ser em muitos os casos o home office. Confira um resumo destas discussões sobre esse tema atual e relevante.

Foi realizado pelo SINSA, no último dia 23, a reunião mensal do Comitê Trabalhista com o tema "O estresse no ambiente profissional durante a pandemia”. O Comitê contou com a participação da ilustre palestrante Professora Maria José Gianella Cataldi – doutora em Direito do Trabalho pela PUC/SP, pós doutora em Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra (Portugal), advogada, professora e autora do livro "O Stress no Meio Ambiente de Trabalho”.

Percebendo alguns problemas, como a transformação do estresse em doenças profissionais, a convidada se interessou pelo tema e iniciou suas pesquisas e estudos na década de 90.

A autora divulgou a primeira edição de seu livro no ano de 2002, entretanto, devido ao cenário pandêmico atual, modificou a obra em 2020, acrescentando um capítulo especial que relaciona o tema aos efeitos causados na sociedade pela pandemia.

Um dos tópicos mencionados pela professora doutora Maria José Gianella Cataldi durante a reunião foi a Síndrome de Burnout, que se mostrou ainda mais presente na vida dos profissionais de diversas áreas, devido ao trabalho em regime de home office gerado pela pandemia. Tratou da classificação do Burnoutcomo doença profissional, sua inclusão - pela OMS - na Classificação Internacional de Doenças em 2022 e o reconhecimento, pela Previdência Social, da síndrome como doença de trabalho.

Segundo a professora, o Burnout é oriundo da concretização do estresse no cotidiano, ocasionando, dessa forma, o esgotamento/desgaste social e emocional do indivíduo, abrindo espaço para o surgimento de diversos sintomas psicológicos e algumas doenças mentais relacionadas ao trabalho, como: depressão, transtornos de personalidade, síndrome do pânico, crise de ansiedade, solidão, perda da autoconfiança e o medo da demissão.

E a síndrome possui maior incidência em áreas específicas de atuação de alguns profissionais, como: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, professores, bancários, agentes penitenciários, entre outros.

Além disso, citou algumas consequências geradas pelo trabalho em regime de home office e pela interação do ambiente familiar com o ambiente de trabalho, esclarecendo que o termo "ambiência” tem sido habitualmente utilizado para fazer referência a esse tipo interação.

Ao final, a professora frisou que o esgotamento profissional tem produzido efeitos prejudiciais à vida do profissional, sobretudo em razão da circunstância de colegas de trabalho terem de interagir apenas via telas, gerando, muitas vezes, a chamada "fadiga de zoom”.

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