O professor de Direito do Trabalho em cursos de pós-graduação palestrou no evento realizado pelo Sinsa e Cesa em 27/11, na capital paulista

Ricardo Calcini, professor de Direito do Trabalho em cursos de pós-graduação e assessor de desembargador do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região), foi o convidado da reunião de São Paulo do Comitê Trabalhista e Previdenciário do Sinsa e Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados), realizada no dia 27/11, na capital paulista.

No evento, Calcini palestrou sobre "Como advogar nos tribunais”. "É necessária uma mudança comportamental. Os advogados precisam ter uma atitude mais proativa, buscando entender a dinâmica de trabalho do tribunal e dos gabinetes; e acompanhar o passo a passo do rito de julgamento”, destacou.

A reunião foi coordenada por Gisela da Silva Freire e Antonio Carlos Aguiar, respectivamente, vice-presidente e membro do Conselho do Sindicato. Também participaram do Regina Célia B. Bisson, diretora-tesoureira do Sinsa; Andrea Augusta Pulici, do Conselho Fiscal da entidade; entre outros membros da diretoria do Sindicato e profissionais sócios de escritórios e advogados da área.

Advocacia trabalhista é desafio cada vez mais complexo

Segundo Calcini, a advocacia trabalhista é uma atividade cada vez mais desafiadora, principalmente após a aprovação da Reforma Trabalhista. "A Lei 13.467/2017 trouxe uma série de novas oportunidades e desafios para a Advocacia. E para poder se destacar nesse contexto é preciso que se mude o comportamento, tendo mais proatividade”.

Para ele, essa proatividade está ligada ao relacionamento com desembargadores e suas equipes, além de um maior e melhor entendimento da dinâmica de funcionamento dos tribunais.

"Os advogados precisam conhecer a estrutura do gabinete, saber que além do desembargador, há pelo menos dois assessores e dois assistentes – além de um chefe de gabinete e uma secretária – ali dentro, que têm papel importante nas decisões. Não são ‘estagiários’ que apenas pesquisam jurisprudências”, enfatizou, explicando que são esses assessores e assistentes que analisam e discutem as ações com os desembargadores.

Justamente por isso, o relacionamento com eles é essencial. Dessa forma, destacou, é importante manter diálogo com a equipe e, principalmente, com o próprio desembargador – sempre com horário marcado – para apresentar, proativamente, os argumentos que se quer defender.

Deve-se buscar diferenciação do trabalho

Para o professor, um dos principais erros cometidos por uma relevante quantidade de advogados está relacionado com o "copia e cola”. "A advocacia precisa buscar fazer um trabalho diferenciado, não adianta apenas copiar a base do texto de outras ações. É necessário haver uma preocupação estética e de estruturação na elaboração dos ROs (Recursos Ordinários), por exemplo”.

Um importante aliado nesse processo, apontou Calcini, pode ser a tecnologia. Ele citou, como exemplo, o uso de QR Codes que direcionam para vídeos curtos – de dois a três minutos – que podem ajudar na explicação de determinado argumento jurídico de maneira ágil e simples.

Além disso, outra preocupação dos advogados na elaboração das peças deve ser com a escrita. "Foco, concisão e linguagem devem ser preocupações constantes. O ‘timbre’ de uma determinada ação sempre transmite sua credibilidade, tanto para o bem quanto para o mal”, explicou.

Preocupação com estruturação e argumentação

Ainda no contexto da preocupação com a estruturação das peças, o palestrante colocou o princípio da dialeticidade recursal como um importante ponto de atenção para os advogados.

"Seu recurso deve combater a sentença, não pode ser uma mera reprodução da petição inicial. Copiar e colar vários ‘argumentos genéricos’ que não atacam a questão julgada e o teor da prova não têm utilidade nenhuma. Um RO não é uma tese de doutorado. Assim sendo, quanto menos laudas ele tiver, sem afetar a argumentação, melhor”, destacou.

 

 

Produção e edição: Moraes Mahlmeister Comunicação

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